quarta-feira, dezembro 30, 2009
No mundo dos demonios não existe compaixão
sábado, dezembro 05, 2009
quarta-feira, novembro 25, 2009
Juiz de Itacaré pede exoneração
e o silêncio da SPM em relação a vinda do Presidente do Irã?
Não foram suficientes milhares de dias,horas...
Nada aprendemos com a história
Nem nos impressionamos com as ruínas das grandes civilizações
Passamos por estes séculos como turistas,viajamos!
Não nos espelhamos nos exemplos heróicos
Nada absorvemos
Nada garantimos
Nem para nós nem para nossas filhas
Negamos as atrocidades
Silenciamos aos apedrejamentos
Negamos nossos direitos
Nossos ventres parem machos, não homens
Nossas bundas valem euros
Nosso som silenciou à realidade
Mendicantes do milênio!
Mulher
Não confunda o amor a pátria,
pelo desprezo do governo em nossa relação
Não se contentem com migalhas
Não se satisfaçam em galgar um degrau
Dignidade Mulher!
Pelos direitos a que temos direito!
terça-feira, novembro 24, 2009
Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
A Campanha 16 Dias de Ativismo no Brasil
Mulheres ao redor do mundo lutam pelo fim da violência de gênero: a história da Campanha
A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, criada em 1991 por feministas e movimentos de mulheres vinculadas ao Centro para Liderança Global das Mulheres (Center for Womens´s Global Leadership), ocorre atualmente em 159 países.
A Campanha começa no dia 25 de Novembro - Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres e se encerra em 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil iniciamos Campanha no dia 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra. Outras duas datas integram a Campanha Mundial, o dia 1º de dezembro - Dia Mundial de Combate á Aids e o dia 06 de dezembro - Dia do massacre de Mulheres de Montreal, que gerou a Campanha Mundial do Laço Branco, no Brasil, desde 2007, Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A Campanha 16 Dias de Ativismo tem sido uma estratégica eficaz para fortalecer a ligação entre a luta local e a internacional dos movimentos de mulheres, feministas e de direitos humanos, bem como uma ferramenta de advocacy na interlocução com os governos por políticas públicas direcionadas a mulheres em situação de violência.
Em sua 19ª edição neste ano, a Campanha demonstra a criatividade, perseverança e solidariedade de mulheres do mundo todo que se organizam pelo fim da violência de gênero.
Participe você também desse movimento mundial que, apesar dos frutos colhidos, ainda tem muito a semear para a construção de um mundo em que mulheres não sejam inferiorizadas, subjugadas e maltratadas simplesmente por serem mulheres.
Comprometa-se! Tome uma atitude! Exija seus direitos! Participe da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres! Contribua e divulgue!
Do Agende
segunda-feira, novembro 23, 2009
Luto Brasil - O mal está entre nós
sábado, novembro 21, 2009
Imundos ocupam cidades e países
sexta-feira, novembro 20, 2009
Brasil sob o olhar de Neda contra a vinda do Presidente do Irã
Silvas X Silvas X Battisti
O vice-presidente da República, José Alencar, afirmou nesta quinta-feira que se estivesse no lugar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confirmaria a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de extraditar o terrorista italiano Cesare Battisti. Da FolhaOnline
quinta-feira, novembro 19, 2009
Segurança Nuclear na Bahia uma grave ameaça em Caetité
Até quando os baianos e os turistas que visitam a Bahia sofrerão os riscos de contaminação?
...
INB esconde vazamento de urânio em Caetité ( BA )Procurada pelo Greenpeace, a assessoria de comunicação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão governamental responsável pela fiscalização das atividades nucleares no país, disse que o vazamento aconteceu no dia 28 de outubro. A assessoria, no entanto, não informou detalhes sobre os impactos e as medidas que serão tomadas. A INB não quis se pronunciar.
"Como nos vazamentos anteriores, esse acidente expõe a fragilidade da segurança nuclear e a falta de transparência dessa indústria. O acidente aconteceu há 13 dias e até agora ainda não há uma posição oficial da INB e da CNEN", diz André Amaral, coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace. "A população ainda não sabe a extensão da contaminação do solo, da água e quais os riscos para os moradores da redondeza."
Essa falta de transparência vem se repetindo em todos os casos de vazamento e outros assuntos relacionados à produção de energia nuclear. No ano passado, o Greenpeace denunciou a contaminação da água de poços localizados em propriedades rurais no entorno da mina de Caetité. Até agora, não foram feitas análises complexas da água na zona de influência da mina e a população continua sem saber a qualidade da água que bebe.
Veja abaixo outros casos de vazamento:
O MPF/BA exige ainda que, durante o período de suspensão das atividades da INB em Caetité, os empregos dos trabalhadores da empresa sejam mantidos, bem como o pagamento de seus salários e benefícios.
A União e a Cnen devem também, segundo a ação do MP, pagar a realização de uma auditoria independente sobre as atividades da INB na região, e o Ibama suspender eventual licença ambiental existente - e não conceder outra - enquanto a INB não atender os pedidos da ação civil pública.
Em maio passado, a Justiça determinou que a INB, o governo da Bahia e os municípios de Caetité e Lagoa Real providenciassem água potável às populações da região. A ação do MPF na Bahia tem como base relatórios, pareceres e documentos elaborados nos últimos anos por instituições técnico-científicas, poderes Legislativo e Executivo da Bahia, além do Greenpeace e representantes das comunidades locais e entidades sociais e ambientais da Bahia.
O Greenpeace denunciou, em outubro de 2008, a contaminação de dois poços d'água de Caetité por urânio na área de influência direta da mina de urânio administrada pela INB. Uma das amostras de água apresentou concentrações de urânio sete vezes acima do limite indicado pela OMS e cinco vezes acima do limite estipulado pelo Conama. A outra amostra continha o dobro do limite estabelecido pela OMS e estava acima do índice Conama.
O resultado da denúncia do Greenpeace foi publicado no relatório Ciclo do Perigo.
A ação do MPF/BA requer ainda que a INB, União Cnen e Ibama sejam condenados a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 50 milhões, a ser recolhido ao Fundo Nacional dos Direitos Difusos - ou conta judicial específica para utilização em projetos socioeconômicos em benefício da população de Caetité e região. O dinheiro poderá, também, ser parcialmente destinado para eventual indenização às pessoas que, em habilitação própria, demonstrem prejuízos sofridos em decorrências das atividades das INB no município baiano.
Número da ação para consulta processual n° 2009.33.09.000761-3. Confira
Câmara dos Deputados quer informações sobre contaminação em Caetité
...
Em 2008
Do Itacaré News
Urânio: análises indicam contaminação de poço na Bahia
sábado, novembro 14, 2009
Doar seu sangue pela vida
Há critérios que permitem ou que impedem uma doação de sangue, que são determinados por normas técnicas do Ministério da Saúde, e visam à proteção ao doador e a segurança de quem vai receber o sangue.
O doador deve...
- trazer documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou carteira nacional de habilitação);
- estar bem de saúde;
- ter entre 18 e 65 anos;
- pesar mais de 50Kg;
- não estar em jejum; evitar apenas alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação.
Impedimentos temporários
- Febre
- Gripe ou resfriado
- Gravidez
- Puerpério: parto normal, 90 dias; cesariana, 180 dias
- Uso de alguns medicamentos
- Pessoas que adotaram comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis
Cirurgias e prazos de impedimentos
- Extração dentária: 72 horas
- Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses
- Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses
- Ingestão de bebida alcoólica no dia da doação
- Transfusão de sangue: 1 ano
- Tatuagem: 1 ano
- Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina
Impedimentos definitivos
- Hepatite após os 10 anos de idade
- Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas
- Uso de drogas ilícitas injetáveis
- Malária
Intervalos para doação
- Homens: 60 dias (até 4 doações por ano)
- Mulheres: 90 dias (até 3 doações por ano)
Doe sangue com responsabilidade
Você sabe o que é janela imunológica? É o período entre a contaminação da pessoa por um determinado agente infeccioso (HIV, hepatite...) e a sua detecção nos exames laboratoriais.
No período da janela imunológica, os exames são negativos, mas mesmo assim o sangue doado é capaz de transmitir o agente infeccioso aos pacientes que o receberem.
A sinceridade ao responder as perguntas do questionário que antecede a doação é importante para evitar a transmissão de doenças aos pacientes.
Nunca doe sangue se você quiser apenas fazer um exame para AIDS. Neste caso, procure um Centro de Testagem Anônima e gratuita.
Você pode doar sangue nos postos fixos do Hemocentro do seu estado.
As coletas também podem ser feitas através das equipes móveis.
Para ter mais opções, procure a Secretaria de Saúde do seu estado
O que acontece depois da doação? O doador recebe um lanche, instruções referentes ao seu bem estar e poderá posteriormente conhecer os resultados dos exames que serão feitos em seu sangue. Estes testes detectarão doenças como AIDS, Sífilis, Doença de Chagas, HTLV I/II, Hepatites B e C, além de outro exame para saber o tipo sanguíneo. Se for necessário confirmar algum destes testes, o doador será convocado para coletar uma nova amostra e se necessário, encaminhado a um serviço de saúde.
O que acontece com o sangue doado? Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (como hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais da cidade para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.
Na Bahia tem:Dengue em emergência- Meningite dentro da normalidade- Gripe A- 14 mortes
Prefeito de Itabuna decreta estado de emergência
Mais dois casos suspeitos de gripe A foram confirmados na tarde desta quarta-feira, 11, pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Uma criança de 4 meses (sexo não informado pela Sesaba) e uma gestante de 18 anos, estão internados com os sintomas da doença nos Hospitais Roberto Santos e Otávio Magabeira, respectivamente. A Sesab não tem informações sobre a data de internação dos pacientes, mas informou que a gestante está na isolada na UTI do hospital.
Outras duas pessoas estão internadas com suspeita de gripe A em Feira de Santana. O caso mais grave é de uma mulher, de 33 anos, que está na UTI do Hospital Clériston Andrade. De acordo com a assessoria da Sesab, a mulher, que não teve o nome revelado, respira com ajuda de aparelhos. Ela está internada desde o último dia 4 e também está com suspeita de dengue.
O outro paciente sob suspeita é um homem, de 26 anos, também internado na mesma unidade. Ele apresenta febre e dor de cabeça, sintomas comuns de gripe A. No entanto, o paciente não viajou recentemente, de acordo com a assessoria da Sesab. Ele mora no município de Antônio Cardoso (a 150 quilômetros de Salvador).
Amostras de sangue dops dois pacientes foram enviadas para laboratório Adolfo Lutz, no Rio de Janeiro, para confirmar o diagnóstico. Não há previsão para divulgação dos resultados.
A Sesab contabiliza 206 casos confirmados de gripe A com 14 mortes na Bahia, desde o começo do ano.
Do A Tarde On Line
segunda-feira, novembro 09, 2009
Mulher já é tarde demais e não percebemos!A Barbárie tomou conta do Brasil! Protejam-se!
GEISY É EXPULSA DA UNIBAN. BARBÁRIE FASCISTÓIDE! MULHERES DO BRASIL, UNAM-SE CONTRA O "DIREITO AO ESTUPRO"
Por Reinaldo Azevedo
A Uniban expulsou a aluna Geisy Arruda, aquela cujo vestido foi considerado excessivamente curto por um bando de rapazes que se comportaram como potenciais linchadores e estupradores e por um bando de moças dispostas a coonestar o linchamento e o estupro. Já escrevi vários textos sobre esse caso. Alertei que não estávamos só diante de uma irrupção irracional de violência. O que se viu naquela, digamos, "universidade" é sintoma de uma doença que corrói o ensino universitário brasileiro, que está no auge de sua expansão bárbara. Bárbara mesmo! Agora é o dinheiro público que financia a tomada de poder pelos hunos.
Pior: a universidade expulsa a aluna com anúncio em jornal, e seu representante legal concede uma entrevista que, na prática, transforma a vítima em responsável pelo mal que a afligiu. Mais do que isso: emite juízos de valor que poderiam justificar o estupro, que fazem da mulher mero objeto da "caçada" masculina e que põem em dúvida a reputação de Geisy. A vida dessa garota estará marcada por um bom tempo, quem sabe para sempre. Num país respeitável, receberia uma indenização milionária, e a Uniban encontraria o seu devido lugar na lata de lixo da educação moral. O conjunto da obra é estarrecedor.
Quando comecei a escrever sobre esse caso, alertei os leitores que não publicaria comentários que, direta ou indiretamente, buscassem no comportamento de Geisy a justificativa ou a explicação para o comportamento fascistóide daquela horda que aparece nos vídeos do Youtube. Alguns internautas ficaram revoltados comigo; houve quem me acusasse de estar aderindo à patrulha do politicamente correto etc. Expus os meus motivos. E a minha questão central era e é esta: a minha civilização é a da inviolabilidade do corpo. Sempre me pareceu que desviar o foco dos verdadeiros criminosos aqueles que a ameaçaram e que a humilharam poderia resultar na criminalização da vítima e na proteção a seus algozes. Dito e feito! Aqueles que me censuraram então talvez estejam um tanto surpresos com o desfecho da história. Eu não estou.
A AGRESSÃO IMPUNE A UM DIREITO INDIVIDUAL, UM ÚNICO QUE SEJA, REPRESENTA A AGRESSÃO A TODOS OS DIREITOS INDIVIDUAIS. Reconhecê-los, meus queridos, supõe banir das relações sociais a força física aquelas manifestações de estupidez a que todos assistimos. Como queria Ayn Rand, a única razão de ser dos governos é proteger esses direitos da ação de grupos ou bandos. Os governos podem recorrer ao uso legítimo da força desde que seja como retaliação: contra as hordas e justamente para proteger os indivíduos.
Esse princípio constitui a melhor parte das sociedades democráticas. Não ignoro que ele está um tanto em baixa. Nos vinte anos da queda do Muro do Berlim ainda falarei a respeito neste blog , certos valores do liberalismo é que estão em crise. E voltou a ser influente em alguns círculos a tese da legitimidade da violência coletiva contra o indivíduo em nome de um suposto "bem comum". Como se o "bem comum" fosse um dado da natureza também da natureza humana e não uma construção social, como qualquer outra, manipulável e manipulada por grupos de pressão. É junto que alguém indague neste ponto: "E os tais 'direitos individuais' de que você fala, Reinaldo? Também não são uma construção?" São, sim. Mas o meu princípio é também um pressuposto: a inviolabilidade do corpo o "habeas corpus". Sem ele, resta-nos a fúria dos bárbaros.
A minha indignação com o que se fez com aquela moça não foi uma causa que abracei ao sabor da oportunidade. Ela mobiliza a minha crença mais profunda nos direitos individuais. Depois dos princípios, vamos um pouco às novas e horripilantes circunstâncias do caso.
Seres abjetos
Como se a Uniban não tivesse percorrido já toda a trilha da abjeção, a direção da universidade resolveu dar um passo a mais. Não bastasse o anúncio em jornal, que sataniza a estudante,Décio Lencioni Machado, assessor jurídico da instituição, concedeu a seguinte entrevista à Folha:
FOLHA - Por que a decisão?
DÉCIO LENCIONI MACHADO - Por meio dos depoimentos dos alunos, professores, funcionários e mesmo dela, constatou-se que a postura dela não era adequada há algum tempo. O foco não é o vestido. Tem menina que usa roupas até mais curtas. O foco é a postura, os gestos, o jeito de ela se portar. Ela tinha atitudes insinuantes.
FOLHA - Como assim?
MACHADO - Ela extrapolava, rebolando na rampa, usando roupas que os colegas pudessem verificar suas partes íntimas. Isso tudo foi dito em vários depoimentos e culminou no que ocorreu no dia 22 de outubro. Foi o estopim de uma postura recorrente da aluna.
FOLHA - Por que o anúncio? Não acham que estão expondo a aluna?
MACHADO - A exposição dela vem ocorrendo desde a semana seguinte a 22 de outubro. Ela se utilizou de todos os veículos de comunicação para divulgar [o que aconteceu] e vem declarando que, inclusive, tem interesse em ser atriz. Estamos querendo usar os mesmos veículos, não para expô-la, porque exposta ela já está, mas porque tenho compromisso com 60 mil alunos. Recebemos 4.000 e-mails de alunos, pais, pessoas da comunidade, se queixando da exposição da instituição, em especial do curso de turismo, porque as meninas estavam sendo chamadas de "putas".
Voltei
Trata-se de uma das coisas mais asquerosas que li nos últimos tempos. Quando presos, os estupradores costumam dizer que as vítimas colaboraram e, na verdade, provocaram o crime. Observem que, segundo ele, aquela estupidez foi a culminância de atos praticados por Geisy. Ela é mesmo a culpada. Em nome do "compromisso com 60 mil alunos", ele inocenta os algozes da garota e entrega a sua reputação ao apedrejamento. É assim que o sr. Machado pretende educar a sua comunidade. Se há alunas sendo chamadas de "putas" e "puta" foi o xingamento de que ela foi alvo naquele dia , ele, então, pacifica a turba oferecendo a estudante em sacrifício.
Estamos de volta ao país de Ângela Diniz, que os mais jovens nem devem saber quem é. Vale uma pequena pesquisa sobre a "Pantera de Minas", assassinada por seu namorado, que foi absolvido (o julgamento depois foi revisto). Acusação: Ângela se comportava como "puta". Ficou famosa uma frase dita pelo advogado de Doca Street, o assassino: "Ela vivia mais na horizontal do que na vertical". Esmagava-se a reputação da vítima para poder inocentar o seu algoz. É o que faz o tal advogado da Uniban que, Santo Deus!, também ministra um curso de Direito.
Geisy é uma sem-ONG
Desde o primeiro dia, tenho chamado a atenção para o fato de que Geisy, infelizmente para ela, não se encaixa em nenhuma dessas minorias de plantão. Ela é, coitada!, uma sem-ONG. Mora na periferia de Diadema e trabalhava num mercadinho do bairro. A exemplo de outros milhões, buscava num curso universitário uma chance de ascensão social, e não se pode condená-la por isso. Estivesse ligada a qualquer desses "movimentos sociais" influentes, a Uniban estaria em maus lençóis. Mas ninguém vai quer se mobilizar por uma Geisy que é só uma pessoa comum. O onguismo das minorias não deixa de ser, desenvolverei isso em outro texto, num outro dia, justamente a negação do indivíduo e dos já citados direitos individuais. Como essa moça não carrega bandeira, "ela que se dane", para lembrar frase emblemática dita por uma MULHER no dia em que ela Geisy era escorraçada da Uniban. Uniban? Mas o que é Uniban e outras "unis" que andam por aí?
Eis o problema
Disse lá no alto: há o sintoma, e há a doença. A doença está na expansão de uma universidade sem vida universitária; de uma universidade que não consegue plasmar valores que ao menos debatam e questionem o ambiente intelectualmente acanhado de onde provém a nova "clientela" essa palavra é boa que usa esse "serviço". Ela chega ao terceiro grau em razão do farto financiamento público e do barateamento dos cursos no sentido mais amplo, geral e irrestrito do "barateamento".
Alguns bocós falam de boca cheia em "democratização" da universidade. Confunde-se "democratização" com vulgarização que é mais ou menos como confundir "povo" com "vulgo". Que "universidade" é essa incapaz de transmitir a seus alunos o princípio básico do respeito ao outro ou, se quiserem, da reação proporcional àquilo que se julgou, então, "desrespeito" do outro? Ao jogar a reputação e o destino de Geisy na arena aliás, a Uniban lembra mesmo uma arena romana , que exemplo moral a direção da universidade dá aos alunos? O tal Machado parece não deixar muitas dúvidas de que ele está dando uma satisfação apenas à clientela. Agora já sabemos: na Uniban, ser "insinuante" e "rebolar", se a turba de exaltar, pode resultar em expulsão. Ameaçar alguém com linchamento e estupro não dá em nada; ao contrário até: parece ser essa uma reação considerada legítima.
Os jornais noticiaram ontem que uma outra universidade, a Unip, estava dando pen drives de presente a alunos que falassem bem da instituição em questionários do MEC. Nem preciso demonstrar que tal prática frauda o resultado do levantamento. Os exemplos do, como chamarei?, laxismo que toma conta do setor são muitos. A própria Uniban anuncia que se pode fazer o curso de graduação e pós-graduação ao mesmo tempo. É uma revolução na noção do tempo: o "pós" acontece no "enquanto". É a verdadeira revolta quântica da universidade.
E que se note: exceção feita às profissões que ponham a vida de terceiros em risco, pouco se me dá que essas coisas prosperem por aí. Se há quem queira comprar e quem queira vender e se o mercado absorve esses profissionais , virem-se. Garçom administrador de empresas é melhor do que garçom garçom? Não necessariamente talvez faça bem à sua auto-estima, sei lá. Agora, quando dinheiro público entra na jogada e o ProUni, por exemplo, é dinheiro público , aí essas instituições têm de prestar contas do que fazem, sim. E a relação deixa de ser privada do comerciante com o cliente; aí passa a ser uma questão de estado. E o governo tem sido, obviamente, relapso com esse setor da economia. O país inventou uma universidade que não universaliza, mas amesquinha o espírito.
Para encerrar
Há dias, Lula voltou a se dizer melhor do que FHC e ironizou a formação intelectual daquele que considera o seu rival, lembrando que ele próprio não havia cursado universidade nenhuma. Como sempre, fazia a apologia da ignorância e da desnecessidade do ensino universitário, embora se dizendo o maior criador de universidades do planeta. É verdade!
Temos uma universidade que Lula, com efeito, não precisaria cursar. Temos uma universidade onde ele pode ensinar. Temos uma universidade onde ele é doutor honoris causa.
Encerro com uma questão geral e outra, vá lá, privada: a decisão da Uniban e a entrevista do seu representante jurídico são duas das mais graves agressões às mulheres em muitos anos. É como se dissessem: "Saibam se comportar, ou o linchamento e o estupro as aguardam". Esta casa, em especial suas mulheres, declara o seu resoluto e irrestrito asco a essa gente. Mulá Omar, chefe do Taleban, para reitor da Uniban!
Do Blog do Reinaldo Azevedo
...
No Blog Lei Maria da Penha - Lei 11.340
Ela é só uma cidadã. Então todos se calam - sobre matérias do Reinaldo Azevedo
Primeiro estupraram uma mulher
Mas eu não me importei com isso
Eu não era a vítima.
Em seguida agrediram outras
Mas eu não me importei com isso
Eu não era como elas
Logo estavam perseguindo outras mais
E eu não disse nada
Eu não vivia como elas
Em seguida abusaram sexualmente de menores
Mas eu não importei com isso
Elas não eram minhas conhecidas
Depois prenderam várias mulheres
Mas eu não me importei com isso
Porque não sou como elas
Em seguida difamaram outras
Mas eu não me importei com isso
Não era relacionado à minha vida
Também não me importei
Depois escutei seus gritos de socorro
Mas eu não me importei também com isso
Fingi que não os ouvi
Em seguida torturaram inocentes
Mas também não me importei
Estas situações acontecem com as outras
Agora estão me estuprando
Agora estão me agredindo
Agora me perseguem
Agora estão querendo me prender
Agora estão me difamando
Agora estão querendo calar a minha voz
Mas já é tarde
Como eu não me importei com as outras mulheres,
Não sobrou nenhuma para se importar comigo.
Ana Maria C. Bruni
A CULPA DA VÍTIMA - De Yoani Sanchéz
Depois de uma agressão existem determinados míopes que culpam a própria vítima pelo ocorrido. Se é uma mulher que foi violada, alguém explica que sua saia era muito curta ou que rebolava com provocação. Se trata-se de um assalto, há os que indicam a chamativa bolsa ou os brincos brilhantes que despertaram a cobiça do delinquente. No caso em que se haja sido objeto da repressão política, então não faltam os que alegam que a imprudência foi a causadora de resposta tão "enérgica". A vítima se sente - ante atitudes assim - duplamente agredida.
As dezenas de olhos que viram como Orlando e eu fomos enfiados sob golpes num automóvel, preferiram não testemunhar, somando-se desse modo ao bando criminoso.
O médico que não atesta maus tratos físicos porque foi advertido que neste "caso" não deve ficar nenhum documento provando as lesões recebidas, está violando o juramento de Hipócrates e dando uma piscadela cúmplice ao culpado. Aos que lhes parece que deveriam haver mais hematomas e até fraturas para começar a sentir compaixão pelo agredido, não só estão quantificando a dor, como também estão dizendo ao agressor: "tens que deixar mais sinais, tens que ser mais enérgico".
Tampouco faltam os que sempre vão alegar que a própria vítima se auto-inflingiu as feridas, os que não querem escutar o grito ou o lamento ao seu lado, porém o destacam e o publicam quando ocorre a milhares de kilômetros, sob outra ideologia, sob outro governo. São os mesmos incrédulos aos que parece que a UMAP foi um divertido acampamento para combinar a preparação militar e o trabalho no campo. Esses que ainda continuam acreditando que haver fuzilado tres homens está justificado se trata-se de preservar o socialismo e que quando alguém golpeia um inconformado é porque este último o pediu com suas críticas. Os eternos justificadores da violência não se convencem frente a nenhuma evidência, nem sequer ante as breves silgas E.P.D. sobre um mármore branco. Para eles, a vítima é a causadora e o agressor um mero executor de uma lição devida, um simples corretor de nossos desvios.
Breve informe médico:
Estou superando as lesões físicas derivadas do sequestro de sexta-feira passada. Os hematomas vão cedendo e agora mesmo o que mais me incomoda é uma dor aguda na zona lombar que me obriga a usar uma muleta. A noite fui ao médico e me prescreveram um tratamento contra a dor e a inflamação. Nada que minha juventude e minha boa saúde não possam superar. Afortunadamente, o golpe que me deram quando puseram minha cara no chão do carro não afetou meu olho, senão somente a maçã do rosto e as sobrancelhas. espero estar recuperada em poucos dias.
Graças aos amigos e familiares que me tem dado atenção e apoio, estão se desvanecendo inclusive as sequelas psíquicas, que são as mais dificeis. Orlando e Claudia contudo estão em choque, porém são incrivelmente fortes e também o conseguirão. Já começamos a sorrir, que é o melhor tratamento contra o mau trato. A terapia principal para mim continua sendo este blog e os milhares de temas que, contudo, restam por abordar nele.
(Nota do editor: post ditado por telefone)
Notas do tradutor:
UMAP - Unidades Militares de Ajuda à Produção = Campos de trabalhos forçados estabelecidos em Cuba em 1965 sob a bandeira da reabilitação ideológica. Os internados incluiam uma larga variedade de "elementos anti-sociais", bem como religiosos e gays.
Os tres homens executados - Em 2 de abril de 2003, um grupo de cubanos sequestrou uma balsa com cerca de 50 pessoas a bordo, planejando ir para os Estados Unidos. Apenas uma semana depois, Lorenzo Copello, Barbaro Sevilla e Jorge Matinez foram executados por "graves atos de terrorismo".
Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto
No Blog Geração Y da Yoani Sanchez
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Acontece em Cuba. Acontece em Itacaré- BA. Acontece no Brasil.
Os omissos e omissas se calam. Os poderes se unem na cúmplicidade da violência. O descaso é total. Os criminosos são reverenciados e seus nomes aceitos nos muros das cidades. A sociedade covarde silencia.
As vítimas se tornam rés.
Ana Maria C. Bruni
Sequestro estilo camorra de Yoani Sanchez de Cuba
Próximo da rua 23 e exatamente no trevo da Avenida de los Presidentes foi que vimos chegar num automóvel preto - de fabricação chinesa - tres robustos desconhecidos: "Yoani, entre no automóvel" me disse um enquanto me continha fortemente pela mão. Os outros dois rodeavam Claudia Cadelo, Orlando Luís Lazo e uma amiga que nos acompanhava para uma marcha contra a violência. Ironias da vida, foi uma tarde cheia de golpes, gritos e palavrões que deveria transcorrer como uma jornada de paz e concórdia. Os mesmos "agressores" chamaram uma patrulha que levou minhas outras duas acompanhantes, Orlando e eu estávamos condenados ao automóvel de chapa amarela, ao pavoroso terreno da ilegalidade e à impunidade do Armagedón.
Neguei-me a subir no brilhante Geely e exigimos que nos mostrassem uma identificação ou uma ordem judicial para levar-nos. Claro que não mostraram nenhum papel que provasse a legitimidade de nossa prisão. Os curiosos se comprimiam ao redor e eu gritava "Ajuda, estes homens querem nos sequestrar", porém eles pararam os que queriam intervir com um grito que revelava todo o fundo ideológico da operação: "Não se metam, estes são uns contrarrevolucionários". Ante nossa resistência verbal, pegaram o telefone e disseram à alguém que devia ser o chefe: O que fazemos? Não querem entrar no automóvel". Imagino que do outro lado a resposta foi taxativa, porque depois veio uma explosão de golpes, empurrões, me levaram de cabeça para baixo e tentaram enfiar-me no carro. Resisti na porta golpes nas juntas consegui pegar um papel que um deles levava no bolso e o meti na boca. Outra explosão de golpes para que devolvesse o documento.
Orlando estava dentro, imobilizado numa chave de karatê que o mantinha com a cabeça colada no chão. Um pôs seu joelho sobre meu peito e o outro, do assento da frente me batia na região dos rins e me golpeava a cabeça para que eu abrisse a boca e soltasse o papel. Num momento, sentí que nunca sairia daquele automóvel. "Chegaste até aqui Yoani", "Acabaram tuas palhaçadas" disse o que ia sentado ao lado do chofer e que me puxava o cabelo. No assento de trás um espetáculo invulgar acontecia: minhas pernas para cima, meu rosto avermelhado pela pressão e o corpo dolorido, do outro lado estava Orlando restringido por um profissional da surra. Só consegui agarrrar este - através das calças - nos testículos, num ato de desespero. Afundei minhas unhas, supondo que ele iria continuar esmagando meu peito até o último suspiro. "Mate-me já" gritei, com o último fôlego que me restava e o que ia na parte da frente advertiu ao mais jovem "Deixe-a respirar".
Escutava Orlando ofegar e os golpes continuavam caindo sobre nós, pensei em abrir a porta e atirar-me, porém não havia uma maçaneta por dentro. estávamos a mercê deles e escutar a voz de Orlando me dava ânimo. depois ele me disse que o mesmo ocorria com as minhas palavras entrecortadas elas lhe diziam "Yoani continua viva". Nos descartaram doloridos numa rua de la Timba, uma mulher acercou-se "O que lhes aconteceu?" "Um sequestro", atinei de dizer. Choramos abraçados no meio da calçada, pensava em Teo, por Deus como vou explicar-lhe todos esses hematomas. Como vou dizer-lhe que vive num país onde isto acontece, como vou olhá-lo e contar-lhe que a sua mãe, por escrever um blog e por suas opiniões em kilobytes, foi agredida em plena rua. Como descrever-lhe a cara despótica dos que nos colocaram a força naquele automóvel, o prazer que se notava ao pegar-nos, ao levantar minha saia e arrastar-me semi-nua até o carro.
Consegui ver, não obstante, o grau de temor de nossos atacantes, o medo ao novo, ao que não podem destruir porque não compreendem, o terror valentão dos que sabem que tem seus dias contados.
Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto
Assista o video da Marcha contra a violência
domingo, novembro 08, 2009
sei... sobre Psicopatas...
Quando envolvidos em questões legais assistem com indiferença os processos, como se não tivessem envolvidos.
Quando adquirem muito dinheiro com sua atividade predatória, usam estes recursos para escapar das consequências de seus atos, além de grandes promessas de mudança e arrependimento que às vezes sensibilizam os encarregados da justiça.
Quando não têm recursos financeiros e são condenados isto não tem importância.
Vão para a prisão onde eles organizam facções criminosas, usam e vendem drogas, recebem entregas de alimentos e ´´ visitas íntimas ``. Eles não se sentem nada penalizados e a única coisa que eles temeriam fica muito afastada deles: o trabalho.
Leia mais
TPA
1) falhas em adaptar-se às normas sociais que regem os comportamentos legais, indicadas pela repetição de atos que são motivos para prisão.
2) propensão para enganar, indicada por mentiras repetitivas, uso de codinomes e manipulação dos outros para benefício ou prazer pessoal.
3) impulsividade ou falha em planejar o futuro.
4) irritabilidade e agressividade, indicado por brigas e agressões repetitivas.
5) desrespeito negligente pela própria segurança ou dos outros.
6) irresponsabilidade, indicada por falhas repetitivas em sustentar um trabalho consistente ou honrar obrigações ( financeiras ou morais ).
7) falta de remorso, indicado pela indiferença ou racionalização ao ter maltratado alguém ou roubado alguma coisa.
B - O indivíduo tem pelo menos 18 anos de idade.
C - Há evidências de transtornos de conduta com início antes dos 15 anos de idade.
D - A ocorrência do comportamento anti-social não é exclusiva do curso da esquizofrenia ou de um episódio maníaco.
Leia aqui
sábado, novembro 07, 2009
CÉREBRO DO PSICOPATA - CÉREBROS DOENTES
Os cérebros dos psicopatas são diferentes dos cérebros das pessoas normais?
Nos últimos 20 anos, muitos estudos têm mostrado que assassinos e criminosos muito violentos têm evidências precoces de doença cerebral.
Por exemplo, num estudo feito por Pamela Y. Blake, Jonathan H. Pincus e Cary Buckner - Neurologic abnormalities in murderers, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuiam diagnósticos neurológicos específicos:- mais de 64% dos criminosos foram diagnosticados com anormalidades no lobo frontal.
Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo lobo frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebro frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos.
As principais subdivisões do encéfalo humano: as áreas frontais incluem o lobo frontal (a área é denominada área pré-frontal), o córtex motor (responsável pelo controlo voluntário do movimento muscular) e o córtex sensorial (que recebe a informação sensorial vinda principalmente do tacto, vibração, dor e sensores de temperatura).
Há muito tempo que os neurocientistas sabem que as lesões nos lobos frontais levam a anomalias graves em determinados comportamentos. O uso abusivo da lobotomia pré-frontal (lobos = porção, parte + tomos = corte, ou seja, corte do lobo frontal), como uma ferramenta terapêutica pelos cirurgiões em muitas doenças mentais nas décadas de 40 e 50, forneceu dados suficientes aos pesquisadores para concluir que a génese de muitas personalidades anti-sociais se encontra no lobo frontal.
Ilustração da leucotomia transorbital, uma operação cirúrgica que foi amplamente utilizada nos anos 50 para executar lobotomia pré-frontal em muitos tipos de doença mental. Desenvolvido pelo neurocirurgião americano Walter Freeman, ela consistia em inserir uma lâmina no "tecto" ósseo de uma das órbitas usando um martelo e anestesia local. O movimento da lâmina lesava conexões importantes entre as áreas frontais e o resto do cérebro.Existem muitos exemplos de pessoas que adquiriram personalidades sociopáticas devido quer a lesões patológicas do cérebro quer a tumores.
António e Hanna Damásio são dois notáveis neurologistas e pesquisadores da Universidade de Iowa que investigaram na última década as bases neurológicas da psicopatologia. Os Damásios concluíram em 1990, por exemplo, que indivíduos que se tinham submetido a lesões no córtex frontal (e que tinham personalidades normais antes da lesão) desenvolveram comportamentos sociais anormais, levando a consequências pessoais negativas. Entre outras coisas, estes indivíduos apresentavam as tomadas de decisões inadequadas e inabilidades de planeamento com as quais são conhecidas por serem processadas pelo lobo frontal do cérebro.
Os Damásio também reconstituíram neurológicamente o primeiro caso conhecido da alteração de personalidade devido a uma lesão frontal no cérebro, observado no século XIX o caso de Phineas Gage.
Phineas Gage era um supervisor de obras ferroviárias que perdeu parte de seu cérebro devido a uma barra de ferro que atravessou o seu crânio quando uma carga explosiva rebentou acidentalmente. Ele sobreviveu por muitos anos ao extenso trauma, mas tornou-se uma pessoa inteiramente nova, abusiva e agressiva, irresponsável e mentirosa, incapaz de imaginar e planear características completamente diferentes dos da sua formação base.
O equilíbrio, por assim dizer, entre as suas faculdades intelectuais e as suas propensões animais fora destruído. As mudanças tornaram-se evidentes quando amainou a fase crítica da lesão cerebral. Mostrava-se agora caprichoso e irreverente, usando, por vezes, a mais obscena das linguagens, o que não era anteriormente seu costume, manifestando pouca deferência para com os seus colegas, impaciente relativamente a restrições ou conselhos quando eles entravam em conflito com os seus desejos, por vezes determinadamente obstinado, outras ainda caprichoso e vacilante, fazendo muitos planos para acções futuras que tão facilmente eram concebidos como abandonados Gage já não era Gage.
Comportamento Neurológico síndromes frontais, Maria Luísa Alburquerque
Baseado numa sofisticada reconstrução computadorizada da possível extensão da lesão cerebral, Gage parece ter sofrido uma lesão no córtex frontal ventromedial, num lugar muito semelhante ao dos pacientes de Damásio.
Reconstrução computadorizada da destruição do cérebro de Phineas Gage pela barra de ferro.Ir para Entrevista a António Damásio
Funcionamento interno do cérebro do psicopata nos últimos dois / três anos: a tomografia PET.
O equipamento de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) obtém imagens seccionais do cérebro vivo, usando cores para representar os diferentes graus de actividade.
http://mapadocrime.com.sapo.pt/cerebro%20psicopata.htmlAs imagens funcionais do cérebro, tais como as da imagem acima produzida por PET (positron emission tomography), têm sido usadas para corroborar a existência de anomalias neurológicas no lobo frontal dos sociopatas.
O PET obtém secções transversais do cérebro reconstruídas por computador, mostrando a cores o nível da actividade metabólica dos neurónios. Isto é conseguido injectando-se moléculas de glicose marcadas radioactivamente no sangue de pacientes e observando o quanto dele é incorporado em células cerebrais vivas. Quanto mais activas são as células, mais intensa é a imagem naquele ponto.
Usando o PET, o pesquisador médico americano Adrian Raine e colegas estudaram assassinos com resultados surpreendentes. Estes encontraram 41 assassinos que tinham um nível muito baixo do funcionamento cerebral no córtex pré-frontal em relação às pessoas normais, indicando um déficit relacionado com a violência.
O dano nesta região cerebral, notou Raine, pode resultar em impulsividade, perda do auto-controle, imaturidade, emocionalidade alterada, e incapacidade para modificar o comportamento, o que pode facilitar actos agressivos.
Outras anormalidades observadas pelo estudo de PET do cérebro de assassinos apresentam assimetrias anormais de actividade na amígdala. É provável que estes efeitos estejam relacionados com a violência e a criminalidade, pois, algumas destas estruturas fazem parte do sistema límbico, que processa as emoções e o comportamento emocional.
Um aspecto interessante da pesquisa do Dr. Raine é que ele relacionou as imagens cerebrais de PET com as histórias pessoais dos assassinos, a fim de se certificar que tinham sido submetidos, quando eram crianças, a algum trauma psíquico; abuso físico ou sexual, abandono ou pobreza. Entre os assassinos, 12 tinham sofrido abuso significativo ou recebido maus tratos na infância. Foi descoberto que assassinos vindos de ambientes perturbadores tinham déficits muito maiores (14 % em média) na área órbito-frontal (zona central representada em cada uma das três imagens) do cérebro do que pessoas normais ou assassinos vindos de ambientes normais e saudáveis.
Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), um assassino com história de privação na infância (centro) e um assassino sem história de privação (direita). As áreas em vermelho e amarelo mostram uma actividade metabólica mais alta, e em preto e azul, uma actividade metabólica mais baixa. O cérebro de um sociopata (direita) tem uma actividade muito baixa em muitas áreas.
Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USAOs estudos iniciais controlados, realizados por Raine e colegas foram confirmados por uma série de investigações baseadas em PET com indivíduos sociopatas e criminosos violentos. Um estudo de 17 pacientes com diagnóstico de distúrbio de personalidade foram submetidos ao PET, em 1994.
Os pesquisadores provaram que havia uma forte correlação inversa entre uma história de dificuldades de controle de agressividade durante toda a vida e o metabolismo regional no córtex frontal. Seis destes pacientes eram anti-sociais, o resto tinha vários distúrbios de personalidade (marginais, dependentes narcisistas ).
O PET foi usado novamente em 1995 para avaliar o metabolismo da glicose cerebral de oito sujeitos normais e oito pacientes psiquiátricos com história de comportamento repetitivo violento. Os autores obervaram que sete dos pacientes mostraram amplas áreas de baixo metabolismo cerebral, particularmente, no córtex pré-frontal e temporal medial quando comparado com os de sujeitos normais. Estas regiões têm sido implicadas como o substrato para agressão e impulsividade, a sua disfunção pode ter contribuído para pacientes com comportamento violento.
Mais recentemente (1997), a tecnologia de imagens cerebrais por PET mostrou também que os psicopatas diferiram dos não-psicopatas no padrão de fluxo cerebral relativo durante o processamento de palavras com conteúdo emocional.
Ainda que muitos destes resultados devam ser tomados com cuidado, todos eles convergem para uma importante descoberta: a de que os cérebros de criminosos violentos e sociopatas são, na verdade, alterados de uma maneira subtil, e que este facto pode agora ser revelado por novas técnicas sofisticadas.
Uma consideração importante é que o comportamento humano é extremamente complicado e resultado de uma interacção de muitos factores tais como sociais, biológicos e psicológicos.Existem muitos factores envolvidos no crime. A função cerebral é apenas uma delas, diz o Prof. Adrian Raine. Mas, ao entendermos a sua função cerebral, estaremos numa melhor posição para entender as causas completas do comportamento violento.
Portanto, existe razoável evidência que os os sociopatas têm uma disfunção do cérebro frontal. Quando e a razão desta disfunção aparecer ainda é, até agora, totalmente desconhecido.
Muitas das características da personalidade dos psicopatas poderiam ser explicadas por déficits emocionais. Por exemplo, estes revelam pouco afecto pelos outros, são incapazes de amar, não ficam nervosos facilmente e não mostram culpa ou vergonha quando abusam de outras pessoas. Assim, os cientistas têm feito hipóteses (desde há muito tempo) de que os psicopatas têm uma deficiência nas suas reacções aos estímulos evocadores do medo e esta seria a causa da sua insensibilidade e também da sua incapacidade de aprender pela experiência.
Muitos testes psicométricos foram criados para analisar o cérebro e determinar a capacidade mental dos indivíduos. Os testes de Q.I. ajudam os profissionais a avaliar a inteligência do suspeito e o seu processo de pensamento, enquanto que os testes ajudam a descobrir os mistérios de sua personalidade. Estes examinadores ajudam os psiquiatras forenses a descobrirem as obsessões do indivíduo que pudessem influenciar no seu comportamento.
O mais famoso é o teste de Rorschach pelo qual são analisadas as interpretações de uma pessoa de alguns desenhos abstratos. Um psiquiatra forense nunca se pode equivocar, pois um diagnóstico errado pode colocar em perigo o andamento de um julgamento.
Os psicopatas não mostram alteração nestes parâmetros quando são submetidos a stress ou a imagens desagradáveis. Estas alterações também não aparecem quando os sujeitos são avisados, antecipadamente, por um flash de luz, quando vão receber um estímulo stressante (por exemplo, um desagradável sopro de ar nas suas faces). Esta é a razão porque os sociopatas mentem tão bem e porque não são detectados (não regista) à mentira pelos equipamentos de detecção de mentiras (polígrafos).
Tudo isto não significa que os sociopatas não tenham emoções. Eles têm, mas em relação a eles mesmos, não em relação aos outros.
Em conclusão - O Erro de Descartes
António DamásioAntónio Damásio, o neurologista já referido, desenvolveu uma teoria, confirmando dados de outros autores, que poderia explicar porque pacientes com distúrbios provocados por lesões no cérebro têm estes problemas emocionais. Ele denominou essa teoria: hipótese do marcador-somático.
Na nossa vida passada, aprendemos a associar a certas situações sensações agradáveis ou desagradáveis, ou seja, determinadas emoções, e essas associações aprendidas modificam os padrões neuronais ficando, portanto marcadas.
Quando, mais tarde, somos confrontados com situações semelhantes, o marcador-somático rapidamente avalia as situações a fim de escolher uma opção e, por isso:
- o marcador-somático funciona como um incentivo e impulsiona-nos para essa opção ou acção;
- ou o marcador-somático inibe essa opção, não obrigando a gastar tempo a pensar sobre ela, o que leva à procura de alternativas.De acordo com o Dr. Damásio, pessoas com lesões no lobo frontal têm muita dificuldade ou são mesmo incapazes de activar estes marcadores somáticos.
Ele diz: isto deprivaria o indivíduo de um dispositivo automático para sinalizar consequências negativas relativamente a respostas que poderiam trazer a recompensa imediata.
Damasio AR, Tranel D, Damasio H - Individuals with sociopathic behavior caused by frontal damage fail to respond autonomically to social stimuli
Isto explica também porque é que os sociopatas e pacientes com lesões no lobo pré-frontal mostram poucas respostas automáticas a palavras condicionadas socialmente e a imagens com conteúdo emocional, mas têm respostas normais a estímulos incondicionados (estímulos que desencadeiam respostas não aprendidas pelo sujeito) como outras pesquisas de Damásio mostraram.
António Damásio defende que não há separação entre a mente e o corpo. A mente tem uma base biológica, a mente e o cérebro constituem uma realidade única.
Defende também, no seu livro O Erro de Descartes que o pensamento racional exige o contributo das emoções e dos sentimentos: um indivíduo não consegue decidir racionalmente quer em relação a si quer em relação aos outros.
Os casos clínicos que Damásio investigou, levaram-no pensar que a tomada de resolução e a escolha de opções nas pessoas comuns não se faz baseada exclusivamente no exercício racional (Descartes), mas faz-se através de Marcadores-somáticos.Bibliografia:
Artigo de Renato Sabbatini , artigo O Cérebro do Psicopata
Livro de Psicologia Ser Humano 12º ano, Porto Editora
Comportamento neurológico síndromes frontais
http://www.cerebromente.org.br
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=257&sec=47
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/texto9.htm
http://www.psiqweb.med.br/cursos/neurofisio.html
Entrevista com António Damásio e o caso de Phineas Cage livro de psicologia 12º ano, Tema I
Mentes Criminosas, de Brian Innes
Revista de investigação criminalTeresa F. Deus
Do